A cantora popular argentina Mercedes Sosa foi uma artista de alto nível, cuja influência foi muito além das fronteiras da música. Apelidada de “A voz dos sem voz”, Sosa foi uma força dinâmica na configuração da América Latina, transmitindo a garra e a chama necessárias para uma mudança cultural, pessoal e política.
Hoje, sua vida permanece como um exemplo de como o poder heróico da voz de alguém é capaz de fazer uma diferença significativa nas questões humanas. Sosa foi uma artista que transformou o sofrimento pessoal em arte e ativismo visando um mundo mais empático e solidário. Sua vida é para todos nós uma inspiração nos tempos conturbados em que vivemos.
Mercedes Sosa - Uma Lenda explora o segredo por trás do significativo impacto gerado por ela e revela como a criação, circunstâncias políticas e tragédias pessoais moldaram sua vida e carreira.
Se gosta de mulheres corajosas e histórias originais de heroísmo, solidariedade e compaixão, então vai amar esta poderosa biografia.
“Nesta obra, você encontrará uma nova e tocante perspectiva sobre a nossa amada Mercedes. É uma homenagem sincera e afetuosa que honra a vida da minha mãe. Obrigado, Anette, por todo o seu esforço, em nome da Fundação Mercedes Sosa.”
Fabián Matus, filho de Mercedes Sosa e presidente da Fundação Mercedes Sosa até o seu falecimento, em março de 2019.
A primeira biografia em português sobre Mercedes Sosa
Encontrei Mercedes Sosa pela primeira vez enquanto fazia pesquisas para o roteiro de um filme sobre a vida do grande poeta e dramaturgo Federico Garcia Lorca. As poesias e peças de Lorca desagradaram profundamente os católicos conservadores da Espanha na década de 1930. Ele foi morto pelos assassinos do General Franco em um olival nos arredores de Granada e seu corpo nunca foi encontrado. Foi através de Lorca que eu descobri a arte revolucionária e curativa de Mercedes Sosa.
O livro de Anette Christensen, Mercedes Sosa - The Voice of Hope: My Life-transforming Encounter, além de uma biografia é um diário pessoal. Na primeira parte, ela narra a jornada espiritual, política e artística de Sosa. Christensen escreve no tempo presente, o que traz uma proximidade que não só é intensa e envolvente mas também ajuda a dar vida à essa extraordinária mulher. A escrita é clara, despretensiosa e eloquente, como são também as músicas de Sosa. Em alguns momentos, a voz e a criatividade da autora se misturam com os fatos, prática comum nos bons livros históricos. É impossível para um biógrafo saber ao certo o que um personagem estaria pensando, mas ao aliar intuição e empatia a uma pesquisa de qualidade, é possível proporcionar estes pensamentos ao leitor, oferecendo assim uma experiência transcendental e informativa. E Christensen o faz primorosamente, pintando um retrato que incorpora as cores do desespero, do triunfo, do amor, do medo e de todas as outras emoções humanas que definem uma vida - neste caso, a vida de uma das maiores artistas revolucionárias na América Latina contemporânea.
Este é um lindo livro, e eu espero que receba a atenção que merece. O fato de o inglês ser uma segunda língua para a autora é admirável por si só.
Charles Musser, historiador de cinema, documentarista e professor de Estudos de Cinema e Mídia
Encontrei Mercedes Sosa pela primeira vez enquanto fazia pesquisas para o roteiro de um filme sobre a vida do grande poeta e dramaturgo Federico Garcia Lorca. As poesias e peças de Lorca desagradaram profundamente os católicos conservadores da Espanha na década de 1930. Ele foi morto pelos assassinos do General Franco em um olival nos arredores de Granada e seu corpo nunca foi encontrado. Foi através de Lorca que eu descobri a arte revolucionária e curativa de Mercedes Sosa.
Anette Christensen, nascida e criada na Dinamarca, é professora de línguas e uma talentosa contadora de histórias. Atualmente, morando na Turquia, ela se dedica à escrita e ao crescimento pessoal. Anette Christensen ouviu falar sobre Mercedes Sosa pela primeira vez em 4 de Outubro de 2009, quando sua morte foi anunciada no noticiário. Ainda assim, o encontro com Mercedes Sosa mudou a vida da autora, e dali em diante Christensen mergulhou na vida e na música de Sosa. Durante oito anos, Christensen realizou mais de 7.000 horas de pesquisa. Isso incluiu assistir a documentários, ler artigos e conversar com a família, os amigos e outras pessoas próximas à artista. Hoje, Christensen é uma respeitada embaixadora de Mercedes Sosa pelo mundo.
Mercedes Sosa, uma das artistas mais influentes de todos os tempos, foi uma mulher que ultrapassou as diferenças e nunca deixou de fazer o que acreditava ser certo. Apesar das perdas pessoais e da perseguição constante, sua dedicação em ajudar os pobres e a classe trabalhadora foi a grande motivação por trás de sua música. Apelidada de “A voz dos sem voz”, Sosa se tornou um ícone da democracia e uma amada mãe da América Latina.
Mercedes Sosa – A Voz da Esperança retrata a extraordinária vida e carreira de Sosa e traça um perfil psicológico que traz uma percepção sobre o caráter e as ações da artista e revela como a criação, o ambiente político e as aflições pessoais a moldaram. A autora dinamarquesa Anette Christensen pinta um retrato que incorpora as cores do desespero, do triunfo, do amor, do medo e de todas as outras emoções humanas que definem uma vida.
De uma maneira autêntica e por vezes vulnerável, Christensen compartilha a história de como, ao conectar-se com Sosa como uma figura materna, sua vida mudou de forma definitiva. Através de princípios da neurobiologia interpessoal, Christensen explora o impacto terapêutico da vida e da música de Sosa e usa suas próprias experiências para mostrar como relações afetivas, música e mindfulness têm o poder de curar e reformular o cérebro. Através das histórias de ambas as mulheres, a importância de encontrar a aceitação e o amor incondicional se torna bastante claro, juntamente com a ideia de que a bondade, o amor e a compaixão são o que realmente muda o mundo.
Fotógrafo: Seçkin Kesoğlu
“Se Mercedes o tivesse abraçado, você jamais esqueceria. Ela tinha o talento de abraçar as pessoas como ninguém mais no mundo; a sensação era sempre a de ter sido abraçado pela própria Mãe Natureza. Ela abraçou a todos nós com sua voz, com essa inigualável voz de bel canto que sempre foi uma expressão pura de sua alma. Nunca houve nada de artificial nessa mulher maravilhosa, essa mulher corajosa, esse ícone de destemida resistência à ditadura militar. Para mim, ela irradiava o que de mais importante há em um grande ser humano: bondade.”
Konstantin Wecker, cantor e poeta, Alemanha
“A ligação profunda da autora com Mercedes Sosa e a transformação subsequente evidenciam o efeito restaurador das conexões positivas. A autora faz mais do que apenas entreter o leitor ou despertar seu interesse, ela espalha esperança e conhecimento.”
Pauline Skeates, terapeuta, diretora da Insight-International e criadora da Terapia Focada na Atenção Plena, Nova Zelândia
Eu não me lembro quando conheci Mercedes Sosa — de nome, pelo menos, não. Fico provocando minha memória, tentando resgatar um momento que seja — mas o que volta para mim de concreto é a minha própria voz cantarolando “Gracias a la vida”. Eu devia ter uns 14, 15 anos. Foi na época que eu busquei conhecer minha mãe, entender aquela mulher pr’além da cantora: a força, a entrega, a beleza, a inteligência, a sensibilidade, a coragem. Durante esse período alguém me deu algum disco e essa canção (ou seria um hino?) apareceu com toda a profundidade que tem. Me arrebatou. E me despertou para uma outra voz, que também cantou essa mesma canção. A voz de uma mulher também forte, entregue, bela, inteligente, sensível, corajosa. Era Mercedes Sosa.
Quando estudava na NYU (1996 — 2000), fiz “estudos latino-americanos”, além de “comunicação social”, e pude mergulhar um pouco mais na realidade dessas mulheres todas, na realidade de um tempo que há muito tinha ido mas que, por algum motivo, vibrava forte em mim. Construí uma ponte entre essas mulheres à frente do tempo. Destemidas, apesar de tanta sombra. Entendi o papel social da mulher naquele período triste, entendi a fibra da mulher, em especial da mulher latino-americana.
Ouvir Mercedes me trazia um colo, um entendimento do que é ser força, do que é ser arte. (especialmente por que ouvir minha mãe me causava uma dor, uma saudade que nem sempre foi fácil de lidar). Era uma voz que me causava uma emoção inexplicável. Sua versão de “Gracias a la vida”, tão absolutamente diferente da versão de minha mãe, me instigou: como é que Mercedes conseguia trazer tanta doçura e leveza à uma narrativa que, em outra voz, soava como uma demanda, um rasgo na alma?
Tenho para mim que encontrei a resposta no dia que a conheci pessoalmente, na sala de estar do seu apartamento em Buenos Aires. Ela era tudo isso: uma força descomunal saindo de um corpo pequeno, olhos brilhando e me olhando firme, um abraço silencioso que disse tanto. Eu, ali, entendi que Mercedes sabia que nem tudo precisava ser rasgo na alma, e que também podemos fazer revolução com doçura e leveza. Mercedes me trouxe uma calma que eu, honestamente, não imaginei que sentiria diante de tamanha lenda. Mercedes me olhou e me abraçou e me acolheu como quem entende o peso da história, o tamanho de sua contriuição para essa história. Me acolheu com respeito e com saudade. Me observou com generosidade. Mercedes, para mim, é toda essa complexidade que só uma mulher poderia ser. E ela me inspira jusamente por isso. Me inspira a ser vida, a ser arte, a ser o olhar adiante. Me inspira a caregar a doçura e o rasgo na mesma alma feminina. Seja em meio à sombra, seja em meio à luz. Cheia, repleta, completa. Gigante!
“Aqueles que buscam mais do que um entretenimento passageiro devem ler este livro, com a certeza de que foi bem fundamentado e escrito de forma profissional, honesta e sincera. O objetivo de Anette era capturar a vida de Mercedes como artista e como pessoa, e a missão foi cumprida. Ela acertou em cheio.”
Coqui Sosa, sobrino de Mercedes Sosa, Cantante, Autor y Embajador Cultural en el estado de Tucumán, Argentina.